A tecnologia em publicidade e suas tendências
É complicado afirmar sobre todas as coisas que acontecerão em 2024 diante de tantas redes sociais e mudanças que nelas acontecem, frente à polêmica IA que já comentamos em outro artigo, das mudanças no cenário da TV conectada e das plataformas líderes de busca. Mas podemos apontar as tendências que tudo isso nos traz para este ano.
A IA, por exemplo, vai oferecer alta qualidade em produções de vídeos. Amazon, Netflix e Apple TV estão desenvolvendo novas formas de publicidade. O TikTok vai deixar de ter somente vídeos curtos e ainda apostará num novo jeito de vender produtos. Já o Google sofrerá o fim dos cookies. São muitas as mudanças e novas corridas tecnológicas e estratégicas em 2024.
Abaixo, um pequeno resumo de cada item citado aqui, para você ter uma ideia de como será.
- A IA e seus avanços
Depois dos ChatsGPTs para criar textos e imagens, é a vez dos assistentes virtuais e de vídeos. Saiba que a conversão de texto em vídeo se tornará mais acessível, e isso levará fará com que a maioria das marcas se joguem nessa possibilidade, criando conteúdos duvidosos, sem criatividade e ruins, segundo especialistas. Porém, será possível fazer campanhas publicitárias com mais rapidez e facilidade, o que fará com que pequenas marcas possam ter os mesmos recursos das grandes.
Produtos de IA poderão fazer o trabalho de planejadores de mídia, de equipes de performance, também, superando, de certa forma, o trabalho humano. Mas isso não garante falhas que podem ser grandes.
- Fique atento
Há um otimismo em torno da IA em 2024, mas existem sinais de alerta. Marcas conservadoras terão medo de usar dados do consumidor ou dados de fontes questionáveis para construir ferramentas de IA. É preciso ter segurança com o uso, apesar da presença da IA reduzir custos.
E há uma força acontecendo: empresas e entidades lutando sobre a propriedade intelectual e a IA. E os deepfakes são uma das maiores preocupações, com geração de um alto nível de desinformação.
- Streaming
O streaming de TV segue estanho no topo da visualização linear. E há a previsão de que a Netflix fará uma grande aquisição em tecnologia de publicidade para desenvolver a sua própria plataforma de anúncios.
Talvez as gigantes do streaming se fundam ou cooperem umas com as outras, criando pacotes, como a TV a cabo. Além disso, os estúdios de entretenimento também estão se dispondo a licenciar mais conteúdo fora de seus próprios aplicativos.
- Vender a partr do streaming
Em 2024 o streaming dará espaço para as compras, assim como o jogo Black Friday NFL da Amazon no ano passado. Em aplicativos também é possível ter links diretos para os produtos.
Um exemplo de sucesso foi o que aconteceu na Netflix: as vendas de réplicas de roupas icônicas usadas pela princesa Diana foram às alturas com o retorno do “The Crown”.
As plataformas de streaming vão integrar ainda mais o comercial às compras.
- TikTokers comprando
Nos EUA, em 2023, o TikTok criou o Shop: vender bens de consumo diretamente no aplicativo. Os produtos são promovidos e se tornam virais, gerando vendas, mas ainda há dúvida se os consumidores estão dispostos a vincular seus dados financeiros ao aplicativo e se grandes marcas investirão nessa plataforma.
Mas como tudo é muito rápido, já existe uma insatisfação dos usuários que já se mostram frustrados com a enxurrada de vendas abertas em vídeos. Focar em comercialização demais pode ser um tiro no pé.
E há uma briga com o TikTok: os aplicativos rivais estão fazendo mais parcerias no varejo, especialmente com a Amazon.
- Vídeos mais longos no TikTok
Antes eram 10 minutos como o tempo de vídeo mais longo, agora já são 15 minutos. Mas ainda não está claro se os usuários do TikTok querem vídeos mais longos, pois até agora o aplicativo é melhor consumido em uma rolagem rápida, o que tornou ele o mais popular de todos. Porém, aumentar a duração dos vídeos permitirá ao TikTok um lugar melhor para veicular comerciais.
- E a eleição nos EUA?
Os Estados Unidos aumentou a pressão sobre a empresa, para ver se está influenciando a votação e qual conteúdo recebe mais publicidade no aplicativo. Imagine um político enfrentar críticas de dezenas de milhões de TikTokers?
Outra plataforma a ser observada nas eleições estadunidenses é o antigo Twitter, o agora X, que está livre para ser um local para conversas políticas e anúncios.
- Cookies chegando ao fim
O Google disse que dar fim aos cookies já está no calendário desde 2022, mas ninguém está colocando fé. A transição não será fácil, existem problemas com as APIs do Privacy Sandbox – as interfaces de programação de aplicativos – estas necessárias para usar em vez dos cookies.
Já a fabricante do iPhone tem segurado o lançamento de uma plataforma de demanda que poderia veicular anúncios móveis em seus aplicativos. Críticos da Apple disseram que a empresa acabou com o compartilhamento de dados em iPhones e o navegador Safari, e que agora tem seu próprio negócio de publicidade. A Apple está vendo oportunidades enquanto o Google está fazendo algo semelhante entre o Chrome e o Android.
Além disso, quando o Google eliminar os cookies no Chrome, os dispositivos Android também sofrerão mudanças. Será uma grande batalha entre privacidade dos usuários e publicidade das empresas neste novo ano.